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terça-feira, 9 de junho de 2015

Diário da Feira do Livro 2015: 9 de Junho


Uma das novidades que será apresentada durante a Feira do Livro, mais concretamente no dia 12, são as novas edições de “O Nosso Reino”, “O Remorso de Baltazar Serapião” e “O Filho de Mil Homens” de Valter Hugo Mãe, agora com a chancela da Porto Editora.

Para além de um grafismo cuidado, contando com ilustrações de Daniela Nunes e da islandesa Ingibjörg Birgisdóttir, as novas edições vão contar com prefácios de autores prestigiados, respectivamente Ferreira Gullar, Saramago e Alberto Manguel. Posteriormente, e seuindo a mesma lógica, serão lançados também “O Apocalipse dos Trabalhadores” e “A Máquina de Fazer Espanhóis”.

Enquanto aguardamos por estas novas edições, confiram os títulos que poderão encontrar hoje como Livros do Dia:

Grupo Porto Editora:
“Agosto” de Rubem Fonseca - 8,3€ (banca da Sextante)

Relógio D’Água
“As Viagens de Gulliver” de Jonathan Swift - 9€
“O Amor de Uma Boa Mulher” de Alice Munro -10€
“Os Demónios” de Fiódor Dostoievski - 15€

Tinta-da-China
“Causas da Decadência dos Povos Peninsulares” de Antero de Quental - 8,8€
“Os Meus Sentimentos” de Dulce Maria Cardoso - 14,4€

Babel
“Memória de Adriano” de Marguerite Yourcenar- 8,97€

Grupo Leya
“Liberdade” de Jonathan Franzen - 15€ (banca da Dom Quixote)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

O que é que a Granta tem? “Ter medo” de Valter Hugo Mãe


Comecei a ler a espécie de confissão de Valter Hugo Mãe que encerra a 1ª Granta portuguesa com um enorme preconceito, sem que nunca tivesse lido nada do autor. A mania de escrever sem maiúsculas cheirava-me a pedantismo, a escritor que estava mais preocupado em arranjar um estilo do que em focar-se na obra. Parecia-me de uma enorme vontade de aparecer e quando vi as suas fotos nu na Granta pensei “pronto, aqui temos mais um momento disruptivo”. Tudo me parecia artifícios para esconder a obra. E só se quer esconder aquilo a que não se quer que seja prestada atenção.

Pois bem, penitencio-me perante vós, meus leitores, e perante Valter Hugo Mãe, que com este simples texto me convenceu a querer lê-lo, a querer saber o que é que o homem que não morreu em 1996 por ter andado nu numa movimentada avenida de Braga tem mais para nos mostrar.

Valter Hugo Mãe diz-nos que mesmo despido fisicamente, a sua nudez nunca será tão grande como na poesia, que o toma de forma descontrolada, incapaz de se esconder nas palavras. Curiosamente é em prosa, o género mais controlado, que se volta a despir para quem o lê, numa tentativa de se enfrentar, de se matar, de se mostrar vulnerável para poder ser forte, para que a ideia da perenidade se esgote e a imortalidade do poético o domine. É preciso ter medo para poder ser corajoso.