sexta-feira, 9 de maio de 2014

Afonso Cruz, Álvaro Magalhães e A. M. Pires Cabral premiados pela Sociedade Portuguesa de Autores

Três homens, três livros, três editoras. Assim se poderia sintetizar o Prémio Autores 2014 atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores na área da literatura. A entrega dos prémios, que nos últimos anos distinguiu nomes como Mário Cláudio, José Luís Peixoto, Catarina Sobral e Miguel Real, decorreu ontem no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, evento que este ano ficou marcado pela recusa da RTP em participar na gala. Polémicas à parte, os vencedores na área da Literatura foram:

Melhor Livro Infanto-Juvenil

“O Senhor Pina” de Álvaro Magalhães, com ilustrações de Luiz Darocha


Sinopse: "O Senhor Pina" é um conjunto de dezasseis ficções que ergue um retrato íntimo, sensível e muito bem humorado do poeta Manuel António Pina, desde o seu modo peculiar de olhar e viver a vida e a literatura até à sua relação com Joanica-Puff, o Urso com Poucos Miolos que ele tanto admirava. E é tudo verdade ou não? Ou é tudo imaginação? É tudo verdade e não. E é tudo imaginação.

Editora: Assírio & Alvim



Melhor Livro de Poesia

“A Gaveta do Fundo” de A. M. Pires Cabral


Sinopse: "Depois de se ter estreado com um impressionante conjunto de poemas que iniciou o chamado «ciclo do Nordeste» («Algures a Nordeste», «Boleto em Constantim», «Douro: Pizzicato e Chula», «Arado» e «Cobra-d’Água»), A. M. Pires Cabral regressa ao tema de Trás-os-Montes, em tom elegíaco. A Terra Quente é agora uma terra envelhecida, despovoada, esquecida, cheia de silêncios e de escombros. Uma terra que chegou ao fim. Esta colectânea não desiste de uma nostalgia ainda «bucólica»: o rio Tua, as vinhas e furnas, a lavoura, a «guarda pretoriana» de gatos e cães, rãs e vacas, aves e pirilampos. A linguagem dos poemas é elevada ou demótica, sarcástica e quase metafísica, alegórica e zangada com as decisões de quem manda. Ou simplesmente assustada com a «temível, cerrada, intransitiva / noite dos homens». Porém, o tom disfórico não impede que o poeta se comova com procissões e magustos, resquícios de um tempo em que natureza e comunidade formavam uma união quase sagrada. Nos últimos anos, a discreta poesia de Pires Cabral alcançou um justo reconhecimento, por causa de alguns livros esplêndidos sobre a finitude. Chegou agora a vez do seu requiem transmontano." (por Pedro Mexia)

Editora: Tinta da China



Melhor Livro de Ficção Narrativa

“Para Onde Vão os Garda-Chuvas” de Afonso Cruz


Sinopse: O pano de fundo deste romance é um Oriente efabulado, baseado no que pensamos que foi o seu passado e acreditamos ser o seu presente, com tudo o que esse Oriente tem de mágico, de diferente e de perverso. Conta a história de um homem que ambiciona ser invisível, de uma criança que gostaria de voar como um avião, de uma mulher que quer casar com um homem de olhos azuis, de um poeta profundamente mudo, de um general russo que é uma espécie de galo de luta, de uma mulher cujos cabelos fogem de uma gaiola, de um indiano apaixonado e de um rapaz que tem o universo inteiro dentro da boca.

Um magnífico romance que abre com uma história ilustrada para crianças que já não acreditam no Pai Natal e se desdobra numa sublime tapeçaria de vidas, tecida com os fios e as cores das coisas que encontramos, perdemos e esperamos reencontrar.

Editora: Alfaguara

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