segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Cheiro a livro novo - Janeiro de 2015


No começo de um novo ano as editoras estão normalmente de ressaca, perdidas entre balanços do ano que acabou e visões daquilo que querem editar no novo ano. É por isso uma altura de promessas e poucas novidades, mas aos poucos e poucos, com maior ou menor excitação, lá foram saindo alguns livros.

A Relógio D’Água não costuma desiludir e há sempre qualquer coisa digna de menção. Para já destaque para mais um volume das obras de Nabokov, desta vez “Fogo Pálido”, e, para os aficionados dos contos, “Não Posso Nem Quero” de Lydia Davis, a vencedora do The Man Booker International Prize 2013.

E como prémio literário é sinónimo de Nobel da Literatura, a Porto Editora traz-nos mais um livro de Patrick Modiano, “Dora Bruder", anteriormente editado pela ASA e há muito esgotado. Igualmente prestigiada, mesmo sem ter ganho o Nobel, Simone de Beauvoir é uma das apostas do ano da Quetzal que começa por editar o romance “Mal-Entendido em Moscovo”.

Uma das boas notícias do início de 2015 foi a inauguração, pela Civilização, da colecção Noites Brancas com quatro emblemáticas obras de quatro autores clássicos: “Crime e Castigo” de Dostoievski, “Fausto” de Goethe, “Um Marido Ideal” de Oscar Wilde e “O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós.

E por falar em autores nacionais, a Quetzal editou “Alegria Breve”, mais um livro da Obra Completa de Vergílio Ferreira. A Tinta-da-China trouxe-nos também a boa-nova da reedição de “O Crocodilo que Voa”, um livro que compendia várias entrevistas feitas a Luiz Pacheco, incluindo alguns entrevistadores sonantes como Baptista-Bastos, Paula Moura Pinheiro, Ricardo Araújo Pereira e Rui Zink. Na não-ficção destaque também para a reedição da Quetzal do 1º volume de “O Segundo Sexo” de Simone de Beauvoir.

E terminamos com poesia, com a publicação pela não (edições) de “O Mar de Coral” de Patti Smith, a quarta obra da colecção de poesia traduzida Traditore.

4 comentários:

  1. Gostei de saber que o "Fausto" de Goethe foi editado, espero que a tradução seja boa, pois apenas tenho uma tradução em inglês o que me desencorajava de o ler.

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    1. Carlos, há outra edição da Relógio D'Água, que costuma ter muito cuidado com as traduções. É uma edição muito bonita (e muito cara!).

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  2. O Fogo Pálido é facilmente um dos melhores livros que já li, Nabokov é uma das minhas inspirações enquanto escritor, ele faz música com as palavras.

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