E
Fevereiro está a terminar e é altura de balanço. O frio que tem dominado as últimas
semanas parece ter feito sentir os seus efeitos nas editoras que, para não
gastarem muito calor, limitaram a sua acção ao essencial. Ou se estão a guardar os
grandes lançamentos para a Feira do Livro de Lisboa, que se realizará entre 29 de Maio e 15 de Junho, ou então espera-nos um ano de indigência.
Comecemos,
como é hábito, pela Relógio D’Água que, como habitualmente, continua a fazer os
seus trabalhos de casa. E neste mês temos três obras de três mulheres premiadas:
“Vida Após Vida” de Kate Atkinson,
vencedor do Costa Book Award 2013;
“Assim Para Nós Haja Perdão” de A. M. Homes, que conquistou o
Women's Prize for Fiction 2013; e o único romance da incontornável Alice Munro, Prémio Nobel da Literatura 2013, “Vidas de Raparigas e Mulheres”.
Na
Sextante também se apostou num Prémio Nobel, mas bastante mais distanciado no
tempo, continuando a edição de obras Aleksandr Soljenítsin, desta vez com “Zacarias Escarcela e Outros Contos”. Nunca
me deixa de espantar a capacidade da Sextante para editar algo que ninguém
estaria à espera.
Tem de
ser referida também a publicação de “O Jogo de Ripper” de Isabel Allende, pela
Porto Editora, embora mais uma vez o design do livro seja muito fraquinho.
Isabel Allende é uma grande autora, disso não há dúvida, e a aposta da Porto
Editora na sua obra é de louvar, mas a execução tem deixado bastante a desejar,
o que é uma grande pena. Mas voltarei a esta questão num futuro próximo…
Este mês
surgiram nas livrarias algumas obras de autores portugueses e lusófonos dignas
de interesse. Uma delas é “A Experiência”, editada pela Cavalo de Ferro no âmbito
do publicação das obras de Ferreira de Castro, e que é considerado um dos
textos mais subversivos do autor. Outra é “Habitante Irreal” de Paulo Scott,
uma premiada obra da literatura brasileira (vencedora do Prémio Machado Assis
da Fundação Biblioteca Nacional 2012 e finalista dos prémios Jabuti e São Paulo
de Literatura) trazida até nós pela Tinta da China. Por fim, e graças a um post de Maria do Rosário Pedreira, fiquei com muita vontade de ler “Livro Sem Ninguém”
de Pedro Guilherme-Moreira, editado pela Dom Quixote, um dos finalistas do Prémio Leya 2012, que propõe
algo original: contar uma história prescindindo das personagens, recorrendo
apenas a objectos. Será que funciona?
E para
terminar, com a não-ficção como de costume, a Antígona publica “Mary Shelley”
de Cathy Bernheim, uma biografia da autora de “Frankenstein”, e as Edições 70
trazem-nos “Uma História da Violência” de Robert Muchembled, que pretende
provar que a violência se encontra em decréscimo na sociedade desde o Séc. XIII.
Interessante, sem dúvida.
Vejo que Ferreira de Castro anda a ser editado nos últimos tempos, um escritor que nunca li, pois além de não era fácil de encontrar
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