Está uma pessoa em paz e sossego na sua vida quando recebe
um email da Wook. Isto de subscrever newsletters de tudo o que é livraria e editora
tem este lado: por muito que digamos “afastem de mim esse cálice”, o cálice
vem até nós, apanha-nos desprevenidos e, quando damos por isso, já sorvemos
todo o seu conteúdo.
Mas voltando à Wook: hoje é dia de “Momentos Wook”, pelo que
têm à vossa disposição uma campanha daquelas que não vão poder recusar. A
proposta é simples: se encomendarem 3 livros que no site da Wook estejam
sinalizados com “!” (não vai ser difícil encontrá-los, porque na verdade quase
todos têm esse símbolo) pagam apenas 2. Sim, ouviram bem, é o nosso amado leve
3 pague 2, sendo que o livro de oferta é o de menor valor. Mas não se esqueçam
que esta promoção apenas está disponível até às 23:59 do dia 1 de Outubro.
Perguntam vocês: vais encomendar alguma coisa? Respondo eu: tão certo quanto eu morrer sem ler um livro do José Rodrigues dos Santos.
Depois de uma análise ponderada cheguei a este trio de peso:
“Sempre Vivemos no Castelo” de Shirley Jackson
“Deserto” de J. M. G. Le Clézio
“Contos do Gin-Tónico” de Mário Henrique Leiria
"Nunca digas nunca" ;-)
ResponderEliminarJá li JRS, a "pseudobiografia" de Gulbenkian para saber algo deste homem.
Como escritor apenas a dizer: um jornalista que escreve textos literários medianos sem qualquer genialidade, mas sem erros de sintaxe graves (o que algumas editoras hoje em dia nem isso garantem em obras de sucesso) e confunde qualidade com quantidade de vendas, algo em que Robert Musil já dissertou adequadamente na obra que estou a ler.
Sigo muito uma máxima do Thomas Mann, a de que os livros bons deveriam ser proibidos, porque há os muito bons, por isso evito ler livros relativamente aos quais tenho uma baixa expectativa de qualidade.
EliminarPara mim um livro de 600 páginas tem de ter uma história notável que justifique essa dimensão, como o "Anna Karénina". Não tenho muita paciência para jornalistas que escrevem livros a metro, nos quais introduzem páginas e páginas de pesquisas que andaram a fazer sobre um tema, como me consta que é o caso do José Rodrigues do Santos. Mas é uma questão de opção, não condeno quem o leia. Eu é que tenho pouco tempo e demasiados livros para ler.
Isso é uma forma ingrata de pensar sobre a literatura; às vezes os mini-ensaios dentro das obras literárias são deliciosos e interessantes. Sem o ensaísmo, Moby Dick seria uma novela de 80 páginas sobre um capitão que quer matar uma baleia; em vez disso é um monumento de 500 páginas aos cetáceos. Não é Ahab que sofre de obsessão, é Ishmael.
EliminarCerto Miguel mas, usando as suas próprias palavras, isso é “às vezes” e quando esses mini-ensaios têm um propósito literário maior, elevando a narrativa. Há outros casos em que é notório que os autores estão apenas a “encher chouriços”. Por isso lhe digo, romances de 600 páginas sim, tanto de autores conceituados como de novos escritores, mas que as 600 páginas sejam justificadas.
EliminarGaranto-lhe que todos os mini-ensaios do meu romance têm justificação ;)
EliminarAcredito que sim Miguel. Mas se houver prevaricações (o que não acontecerá) eu aviso :)
Eliminar