Março tem sido um mês interessante para os autores portugueses, com vários livros de grandes nomes a chegarem às livrarias. No espaço de poucas semanas a Tinta da China trouxe-nos “Tudo São Histórias de Amor” de Dulce Maria Cardoso, que reúne 12 contos de autora que, tendo em conta o desempenho na abertura da 1ª Granta portuguesa, prometem muito. Também a Sextante decidiu avançar com uma autora de peso e fez chegar às livrarias “Passagem” de Teolinda Gersão. E, como onde há duas há três, não é de estranhar que também a Dom Quixote tenha publicado um novo livro de Lídia Jorge, “Os Memoráveis”, mesmo a tempo das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, data também aproveitada pela Quetzal, que edita finalmente no nosso país “Portugal, a Flor e a Foice” de Rentes de Carvalho. Dois livros que se propõem rever os mitos do 25 de Abril. Uma verdadeira luta de editoras.
E por
falar em luta de editoras, um dos grandes mistérios editoriais dos últimos
tempos é a decisão da Relógio D’Água e da Presença (duas editoras em espectros
profundamente opostos do mundo editorial, diga-se de passagem) de editarem em
simultâneo “Doze Anos Escravo” de Solomon Northup. A sério?! Como se não
houvesse livros suficientes no mundo para serem editados ou clássicos que há
muito tempo desapareceram das livrarias. Sinto-me revoltado.
A Relógio
D’Água prometia ter um mês interessante mas poucos livros viram para já a luz
do dia, parecendo-me justo destacar “Sobre Literatura” de Umberto Eco. De
resto, a Temas e Debates editou também este mês um ensaio sobre literatura que
me parece muito interessante, “Génio - Os 100 Autores Mais Criativos da História da Literatura" de Harold Bloom.
Para
terminar, menção obrigatória à edição pela Presença de “Colheita” de Jim Crace,
um dos finalistas da última edição do Man Booker Prize (que, a julgar pela
capa, ninguém diria que não se trata de um livro de literatura light) e, pela
Cavalo de Ferro, de “Gostamos Tanto da Glenda” de Julio Cortázar, um volume de
contos nunca antes publicados em Portugal e que é um ponto de partida para as
comemorações do centenário do autor, que se aproxima a passos largos.
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