O Baileys Women’s Prize for Fiction não vos dirá provavelmente muito, mas se vos disser que este é o novo nome do Orange Prize, far-se-á luz certamente. Para os mais desatentos bastará dizer que é um prémio britânico que anualmente distingue o melhor romance escrito em inglês por uma mulher e publicado no Reino Unido, estando a sua origem directamente ligada a um evidente preconceito que as escritoras têm enfrentado, sobretudo quando falamos de reconhecimento do mérito literário. Mas sobre essa questão hei-de falar-vos num futuro próximo...
Há uns meses o Baileys Women’s Prize for Fiction decidiu lançar
a campanha #ThisBook, pedindo a pessoas de todo o mundo para identificarem os
livros escritos por mulheres que maior impacto tiveram na sua vida. O resultado
foi este:
20º “The
Women’s Room” de Marilyn French
19º “The
Colour Purple” de Alice Walker
18º “The
Golden Notebook” de Doris Lessing
17º “I Know
Why the Caged Bird Sings” de Maya Angelou
16º “Middlemarch” de George Eliot
15º “A Mulher do Viajante no Tempo” de Audrey Niffenegger
14º “Temos de Falar Sobre o Kevin” de Lionel Shriver
13º “Gone with
the Wind” de Margaret Mitchell
12º “Beloved”
de Toni Morrison
11º “A Campânula de Vidro” de Sylvia Plath
10º “I
Capture the Castle” de Dodie Smith
9º “A História Secreta” de Donna Tartt
8º “As Mulherzinhas” de Louisa May Alcott
7º “Rebecca” de
Daphne du Maurier
6º “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen
5º “O Monte dos Vendavais” de Emily Brontë
4º Saga Harry
Potter de J. K. Rowling
3º ”Jane Eyre” de
Charlotte Brontë
2º ”A História de uma Serva” de Margaret Atwood
1º “Mataram a Cotovia” de Harper Lee
As minhas duas escolhas não se encontram neste Top 20. A minha
escolha óbvia seria “O Amante” de Marguerite Duras, como devem ter previsto, mas há
outro livro escrito por uma mulher que me marcou muito e sobre o qual
escreverei um dia com maior profundidade. Falo de “A Casa dos Espíritos”, o
primeiro romance de Isabel Allende, uma escritora com grande sucesso comercial,
mas levada muito pouco a sério pelos intelectuais. “A Casa dos Espíritos” não é
apenas uma saga familiar, é o livro de uma vida, uma janela escancarada para um
mundo em que o inexplicável não é a clarividência, mas os actos conscientes dos
homens. E mais não digo por agora.
E vocês? Que livro escrito por uma mulher vos marcou mais?
Além de O Monte dos Vendavais que está na lista, Heidi da Johanna Spyri pela idade que tinha quando o li
ResponderEliminarLembrei-me de outro Os Despojados de Ursula K Le Guin
ResponderEliminarSugestões interessantes. Não conheço a Ursula K Le Guin...tenho de investigá-la.
EliminarEntre os livros de mulheres que mais me marcaram está no pódio "A história de uma serva", um dos poucos que li dos 20 contidos no post.
ResponderEliminarEntre os livros de uma escritora em português (também importa um prémio do género para a nossa língua) hesito entre "A 5.ª essência" de Agustina Bessa-Luís e a "Paixão segundo G.H." de Clarice Lispector, mas como são de 2 países, podem ficar ambos no topo das duas pátrias.
Tenho imensa curiosidade em ler o "A História de uma Serva". Eu recomendo vivamente o "A Campânula de Vidro" da Sylvia Plath. É um retrato absolutamente genial do que é a mente de uma pessoa doente.
EliminarA lista, já se sabe, é eminentemente anglófona, tendo eu lido aqueles mais óbvios. Espanta-me a ausência da Virginia Woolf, ela que terá lugar, mais do que numa lista de género, entre os meus escritores favoritos. E estão lá mais mulheres, gosto particularmente das que escrevem na nossa língua, livros com impacto na minha vida, "As pessoas felizes", da Agustina, a "Causa amante" e o "Ardente texto Joshua" da Maria Gabriela Llansol, "Laços de família" da Clarice Lispector.
ResponderEliminarSim, a lista é sem dúvida questionável e, tanto quanto sei, a presença de J. K. Rowling foi bastante polémica. Confesso que tenho vontade de ler Maria Gabriela Llansol, mas tenho algum receio de ser um mundo demasiado hermético. Para uma primeira leitura, que livro me recomendaria?
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