Poe parece ter uma obsessão com balões. Depois de em “A Aventura Sem Paralelo de Um Tal Hans Pfaall”, a história que abre "Todos os Contos", nos relatar uma falsa viagem de
balão que teria levado Hans Pfaall à Lua, decide agora ver se acreditamos que
em 1844 um balão atravessou o Atlântico em 75 horas, num embuste com direito a
publicação no New York Sun.
Rico em pormenores técnicos, na verdade “O Embuste do Balão”
pouco mais é que uma versão simplificada de “A Aventura Sem Paralelo de Um Tal
Hans Pfaall”. Até mesmo a base para a narrativa - um diário mantido durante a
viagem – é a mesma em ambas as histórias. Nem sequer a viagem em si é
particularmente excitante. É tudo muito fácil, muito sereno, muito rápido. Há
portanto pouco que possa ser dito sobre o valor literário deste artigo.
O facto mais curioso talvez seja que apenas em 1978 seria
completada a primeira travessia do Atlântico por balão, pelo Double Eagle II, demorando mais de 137
horas. Poe era afinal um optimista!
Já li o livro todo, pelo que sei Poe vai abandonar o tema, houve contos que achei muito interessantes, outros nem por isso. Nos policiais, vê-se bem quanto foi a influência de Poe em Conan Doyle e Agatha Christie, nos góticos e terror também se nota o pioneirismo de Poe, a tendência deste ser excessivamente pormenorizado nas descrições por vezes são cansativas, mas alguns gostaria de voltar a reler daqui a uns tempos pois são muito ricos de conteúdo.
ResponderEliminarObrigado pelo feedback Carlos! Fico mais esperançoso, porque até agora tem sido uma desilusão. Talvez a poesia seja melhor…
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