Com a chegada da Primavera parece que veio também um renovado vigor para as editoras, que nos ofereceram bastantes novidades e diversificadas. Mas primeiro que tudo tenho de assinalar a chegada às livrarias dos primeiros livros da nova Livros do Brasil, para já 9 (“O Adeus às Armas”, “Paris é uma Festa” e “Na Outra Margem, Entre as Árvores” de Hemingway; “Mrs Dalloway” de Virginia Woolf; “As Vinhas da Ira”, “O Inverno do Nosso Descontentamento” e “A Pérola” de Steinbeck; “Música para Camaleões” de Truman Capote; e “A Condição Humana” de André Malraux), estando previstos para breve mais 3 títulos.
Em termos de literatura em língua portuguesa, o acontecimento
do mês tem de ser publicação pela Tinta-da-China de “Gente Melancolicamente Louca” de Teresa Veiga, o primeiro livro da autora em vários anos. Também a
Glaciar nos deu motivos para celebrar com a edição de “O Ateneu” de Raul
Pompeia, mais um clássico brasileiro integrado na colecção Biblioteca da Academia. E termino os destaques de autores lusófonos com a menção a “Presa Comum”, o primeiro livro de Frederico Pedreira na Relógio d’Água, depois da atenção que captou com “Um Bárbaro em Casa”, editado no ano passado pela Língua
Morta.
Os autores premiados estão bem representados nas
novidades de literatura estrangeira, começando por Richard Flanagan e “A Senda Estreita para o Norte Profundo”, o mais recente vencedor do The Man Booker Prize, editado
pela Relógio d’Água, que também nos traz “O Buda dos Subúrbios” de Hanif
Kureishi, vencedor do Prémio Whitbread para Melhor Primeiro Romance em 1990.
Quanto a Prémios Nobel, a Presença continua a apostar em Toni
Morrison com a publicação de “A Nossa Casa é Onde está o Coração”, e a Quetzal
faz o mesmo com V. S. Naipaul e a edição em português de “O Enigma da Chegada”.
A Quetzal regressa ainda a outro autor habitual, Roberto Bolaño, com “Noturno Chileno”.
Aproveitando a polémica em torno do último livro de Michel
Houellebecq, a Alfaguara faz chegar aos escaparates “Submissão”, e a Jacarandá edita “O Assassinato de Margareth Thatcher”
de Hilary Mantel, livro que inclui o conto que dá nome ao livro e que gerou
uma enorme polémica em Inglaterra no ano passado.
Mantendo a tradição de terminar com a não ficção, destaque
para 2 livros: “1915 - O Ano do Orpheu”, organizado por Steffen Dix, que propõe
uma reflexão sobre a revista Orpheu através da perspectiva de diferentes
autores; e “Tratado Sobre a Tolerância” de Voltaire, cujas conclusões partem da
execução Jean Calas pelo poder judicial, quando a sua inocência parecia
provada, apenas por pressão popular.
Boas notícias, não sei qual a ortografia que vão usar, pois os últimos livros que li da "Livros do Brasil" usavam as versões anteriores a 1973. Mas se a isto me adapto, tenho de estar seguro da qualidade das traduções e nem sempre ouvi falar bem das que eram apresentadas por esta editora. Contudo, as Vinhas da Ira que li quando novo e não tenho na minha bilbioteca, A condição humana, e Adeus às armas são livros que desejo ter.
ResponderEliminarCarlos, o Malraux está no Novo Acordo Ortográfico. Quanto às traduções a informação que há é que algumas serão aproveitadas (mas alvo de revisão) e outras serão novamente feitas (http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/porto-editora-compra-e-preparase-para-relancar-a-historica-livros-do-brasil-1681550). O Malraux, por exemplo, é uma tradução do Jorde de Sena, pelo que arriscaria dizer que é de qualidade :)
EliminarJá encomendei... precisamente A condição Humana, Malraux veio acompanhado, entre outros, de Camus - A Peste, embora não sendo da mesma coleção, é da mesma editora.
EliminarMalraux está a caminho. Veiga também está, os seus livros são bons, aparentemente desconhecidos para muita gente que acha que se trata de uma nova escritora (pelo que tenho lido).
ResponderEliminarQuanto ao Brooker, a história de amor estraga o livro, a meu ver.
No que concerne Houellebecq, de quem gosto bastante como escritor, só existe polémica porque se deram os acontecimentos infelizes em Paris aquando da publicação do último livro. Até o Público tem um artigo sobre os seus filmes, como se fossem recentes, enfim. É um escritor que vale muito a pena ser lido.
Sugiro Meckert, muito bom e com verve.
Nuno Bragança está esquecido sem motivo.
Galdos é absolutamente delicioso, em português está editado o Rosalía de Bringas.
Arlt foi reeditado com os 7 loucos, bem como Sempre vivemos no castelo, de Jackson.
Um livro de contos surpreendente é o de Mueenuddin.
Peço desculpa, quando aqui venho exagero sempre no que escrevo.
Não tem de pedir desculpa Marta! Eu já tinha ouvido falar da Teresa Veiga, mas o que me motivou definitivamente para a ler foi um artigo no Expresso em que era incluída numa lista de escritores subvalorizados. Tenho aqui à mão o conceituado "História da Bela Fria" à espera de vez para ser lido.
EliminarObrigado pelas sugestões! A Shirley Jackson está também em lista de espera para ser lida e hei-de comprar a breve trecho qualquer coisa do Houellebecq. Não estou muito familiarizado com o Nuno Bragança mas confesso que me suscitou interesse (ainda por cima acabei de ver na Wook que o livro com a Obra Comleta está a 10€).