sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O que é que a Granta tem? Poemas inéditos e reeditados de Fernando Pessoa



Pisamos terreno sagrado e perigoso. Manda o bom senso que duas ressalvas iniciais sejam feitas. A primeira para realçar a genialidade inquestionável de Fernando Pessoa. A segunda para reconhecer a sensatez do director da Granta ao decidir publicar inéditos do espólio pessoano.

Talvez pelas justificadas elevadas expectativas que o nome Pessoa suscita, serei obrigado a dizer que, por muito sedutora que seja a ideia de ler inéditos do autor, os poemas apresentados não me deixaram extasiado. Jerónimo Pizarro e Carlos Pittella-Leite propõem-nos oito sonetos de Fernando Pessoa, cinco inéditos – três reeditados, cinco completos – três inacabados. A decisão de incluir poemas inacabados parece-me particularmente questionável. Iria mais longe: a decisão de quem gere a obra literária de Fernando Pessoa de permitir a publicação deste tipo de poemas pode ser até danosa para a imagem do poeta, tão dado à perfeição. Compreendo que, dado o relevo de Pessoa, haverá um interesse académico por estes escritos, mas convenhamos: será relevante para o leitor conhecê-los? E seria da vontade do autor que fossem publicados? Não me parece. Mas, falarei com maior profundidade da questão das publicações póstumas nas próximas semanas, voltemos agora à Granta.

Dos cinco sonetos inéditos, o que mais se destaca é sem dúvida “Alma de Côrno”. Porquê? Porque é surpreendentemente irreverente e bem-humorado, como uma boa dose de referências indirectas a questões escatológicas. É divertido e leva-nos a questionar a imagem séria e cerebral que temos de Fernando Pessoa. Os outros dois sonetos completos, “Soneto de Mal-Dizer e “Que Posso Eu Dar”, são interessantes mas inócuos.

Nos três poemas reeditados encontramos o melhor e o pior de Pessoa. “Mãe de Deus” é um soneto incompleto e percebe-se porque é que não foi acabado, mas a verdade é que mesmo que o tivesse sido não faria grande diferença. Já de “O Rei” apenas se pode dizer bem. Com um lirismo que caracteriza muita da poesia do ortónimo, Pessoa evidencia a transcendente superioridade do espiritual face ao terreno e corpóreo, contrapondo à figura do Rei a de Jesus.

O balanço é claramente positivo, embora as expectativas não tenham sido concretizadas. E de que melhor forma terminar do que com uma das estrofes de “O Rei”? Deixo-vos com Pessoa.

“ O Rei, cuja coroa de oiro é luz
Fita do alto do throno os seus mesquinhos
Ao meu rei coroaram-O de espinhos
E por throno Lhe deram uma cruz.”


(poema completo na p.115 do 1º número da Granta)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Candidatos portugueses ao Nobel da Literatura

Quando pensamos no Prémio Nobel da Literatura, pensamos em escritores sonantes. Mas quando analisamos a listagem divulgada de nomeados ao prémio até 1950, especificamente os de origem portuguesa, deparamo-nos com 6 nomes, 4 dos quais, a bem da verdade, são ilustres desconhecidos.

A entrega dos portugueses à saudade é directamente proporcional à sua falta de memória (quanta ironia) e certamente não espantará ninguém que autores que há menos de 100 anos eram considerados incontornáveis, sejam hoje apenas nomes que nada nos dizem. Que tal lutarmos contra essa tendência tão nacional e, por minutos, dedicarmos a nossa atenção a estes escritores esquecidos? E, quem sabe, comprar uns livrinhos...


João da Câmara

O primeiro nomeado português ao Nobel da Literatura era um fidalgo, que se dedicou sobretudo ao teatro, tendo escrito cerca de 40 peças durante a sua vida. Alcançou particular sucesso com dramas históricos de cariz patriótico muito ao estilo romântico, nomeadamente “D. Afonso VI”, “Alcácer-Quibir” e “O Beijo do Infante”, sendo também marcantes os seus dramas realistas – “Os Velhos” e “Rosa Enjeitada”- e alguns simbolistas (na nomeação ao Nobel era referida a peça “Meia-Noite”).

Surpreendentemente, tendo em conta o quão pouco conhecido é João da Câmara actualmente, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) publicou o teatro completo deste autor em 4 volumes.


João Bonança

Primeiro sacerdote, depois jornalista, e por fim escritor, consta que João Bonança terá sido autor da "Historia da Luzitania e da Iberia", conseguindo a proeza de ser ainda mais desconhecido do que João da Câmara.

Consegue-se comprar o "Historia da Luzitania e da Iberia" em alguma livraria? Conseguir, consegue-se, mas apenas em alfarrabistas e a preços exorbitantes. Confiram na loja online da Avelar Machado.


António Corrêa D’Oliveira

E o homem português mais vezes nomeado para o Nobel da Literatura é…um perfeito desconhecido. O facto de ter sido nomeado 15 vezes nas décadas de 30 e 40 ao Nobel não será alheio ao facto de a sua poesia ter um forte pendor patriótico e ser considerado o poeta do regime.

Onde comprar livros deste autor? Nem é preciso procurar muito. Na loja online da Bertrand encontram o livro “Correspondência de Trindade Coelho Para António Corrêa D'Oliveira” e, na da Bulhosa, o “A Família é o Lugar”. Encontram-se também em alfarrabistas alguns livros, nomeadamente “Os Teus Sonetos” e “Auto das Quatro Estações”.
  

Maria Madalena de Martel Patrício

Dois factos dignos de nota: Martel Patrício ocupa o segundo lugar em termos de número de nomeações ao Nobel da Literatura (quem diria que seria uma mulher?!); e isto é praticamente tudo o que há a dizer sobre ela, uma vez que o seu rasto na internet é quase inexistente.


Teixeira de Pascoaes

Finalmente um nome conhecido! Mas o que há a dizer sobre Pascoaes? Quase um eremita, foi uma espécie de figura mística que dedicava a sua escrita à exploração da saudade, tendo sido um dos nomes cimeiros do movimento Renascença Portuguesa. Uma espécie da líder espiritual para poetas como Eugénio de Andrade e Mário Cesariny.

Se procurarem nas livrarias, em princípio não terão dificuldades em encontrar livros do Teixeira de Pascoaes, mas em caso de dificuldade a solução está no site da Assírio & Alvim, editora que tem publicado de forma exaustiva as suas obras.


Júlio Dantas

E por último, o grande Júlio Dantas. Ou melhor dizendo, o pobre Júlio Dantas, esse escritor maldito, contra quem foi escrito um manifesto que, ironicamente, será para as gerações futuras um dos únicos testemunhos da sua existência. Dantas era no seu tempo um intelectual de craveira, um dos mais prestigiados dramaturgos portugueses, tendo “A Severa” e “A Ceia dos Cardeais” um lugar de destaque entre as peças de teatro nacionais. Mas num país que precisava mudar, o tradicionalismo de Dantas condenou-o como conservador, e o seu nome foi considerado em certos círculos como o símbolo da cultura a derrubar.

A eficácia deste movimento foi tão grande que Júlio Dantas desapareceu dos catálogos das editoras e das livrarias, renegado para os alfarrabistas. Na loja Vintage da Pó dos Livros encontra-se uma edição de “A Ceia dos Cardeais”, havendo também vários livros antigos do autor na Avelar Machado, entre os quais “A Catedral”.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Cheiro a livro novo - Setembro de 2013


Setembro é o mês das grandes novidades literárias e algo ficou claro: a recta final do ano será dominada pelos grandes grupos editoriais, que já têm as suas novidades nas livrarias e prometem uns próximos meses agitados.

E porque Outubro é mês de novo Nobel da Literatura, Setembro é o mês de editar antigos premiados. Se no ano passado a Quetzal marcou o final do ano com a edição de “A Piada Infinita” do Foster Wallace, este ano parece pronta a repetir a proeza com algo inédito em Portugal: com apenas 8 dias de diferença da edição espanhola, foi editado em português o novo livro de Vargas Llosa, “O Herói Discreto”. Se isto não é algo marcante, não sei o que será. No mínimo é um precedente fantástico e que talvez aponte caminho para o futuro da edição em Portugal.

Para fazer frente a esta iniciativa de peso, a Dom Quixote acena com a edição do último livro de Coetzee, “A Infância de Jesus”. Mas porquê ter apenas um Prémio Nobel quando se pode ter dois ou três, certo? Não fosse Coetzee sair-se mal no confronto com Vargas Llosa, a Dom Quixote conta ainda com a mais do que necessária reedição de “O Lobo das Estepes” de Hermann Hesse (que não se encontra nas livrarias desde a falência da Difel) e na edição de mais um livro de William Faulkner, “Mosquitos”.

Fora dos grandes grupos, a única editora a aventurar-se para já no mundo dos Nobel da Literatura é a Cavalo de Ferro, que continua a publicação de obras de Knut Hamsun, desta vez com “Mistérios”. Mas a fidelidade da Cavalo de Ferro aos seus autores não se fica por aqui e, alguns meses após a edição do 1º livro, a publicação das obras completa de Ferreira de Castro continua, desta feita com “A Missão”, que é para já a melhor capa da reentrée literária.

E por falar em autores portugueses, a grande novidade do mês é sem dúvida o primeiro livro de Valter Hugo Mãe com a Porto Editora – “A Desumanização”. Outro marco de Setembro é a edição pela Dom Quixote da “Antologia Poética“ de Natália Correia, uma das figuras de proa da cultura portuguesa do séc. XX e que, misteriosamente, tinha desaparecido das livrarias e dos catálogos das editoras.

Fora estas novidades de literatura portuguesa, a Assírio & Alvim presenteia-nos com a reedição de obras de duas mulheres incontornáveis: Maria Velho da Costa, com “Casas Pardas”; e Sophia de Mello Breyner Andresen, cuja obra poética começa a ser reeditada com “No Tempo Dividido”, “Mar Novo”, “Poesia” e “Coral”.


E as principais novidades de Setembro são estas. Duas notas finais: primeiro, a Relógio d’Água está assustadoramente calada, falando-se em alguns artigos de imprensa que a publicação de “Ulisses” de James Joyce e de “Guerra e Paz” de Tolstói está prevista para os próximos meses, mas até ao momento não há lista de novidades de editora, como habitualmente, nem nenhum livro publicado em Setembro; segundo, a Tinta da China entrou em Setembro com várias novidades, mas algo de estranho – a ficção ficou de lado, o que é preocupante, tendo em conta que são desta editora duas das melhores colecções de ficção dos últimos anos (a de Literatura de Humor e Clássicos). Reservar-nos-á a Tinta da China novidades de ficção para breve?

domingo, 22 de setembro de 2013

Discurso Directo: O povo menino de Cesariny


“Não há nenhum país que esteja 400 anos à espera que um rei reapareça.” (excerto do documentário “Autografia”, de Miguel Gonçalves Mendes)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Em estado crítico: "O Moinho à Beira do Floss" de George Eliot




Nascer. Casar. Parir. Morrer. A vida das mulheres esgotava-se nestes quatro verbos, recaindo sobre si a obrigação de serem piedosas e serenas e destituídas de qualquer vestígio de vontade própria. Mas o século XIX trouxe consigo a mudança e, na Inglaterra vitoriana, um prodigioso grupo de escritoras redefiniu através da literatura o papel da mulher. Falo obviamente de Jane Austen, Charlotte e Emily Brontë. Mas falo sobretudo de George Eliot, ou melhor, de Marian Evans, autora que se serviu de um nome masculino para levar as suas palavras mais além e penetrar nos invioláveis espíritos masculinos.

Em “O Moinho à Beira do Floss” Eliot recria um bucólico mundo campestre, habitado por personagens imperfeitas que tentam viver num mundo cheio de expectativas. Entre estas personagens, constrangidas pelo socialmente aceite, surge a figura da impulsiva e arrebatada Maggie Tulliver, que aos olhos da nossa época é uma simples rapariga romântica, mas que, no pacato mundo banhado pelo rio Floss, é uma rebelde que ousa juntar aos quatro verbos que lhe foram destinados um quinto: amar.

O direito de uma mulher a amar é uma vitória do feminismo. Até então as mulheres limitavam-se a aceitar o que lhes era destinado, esperando-se que o fizessem de bom grado, subjugadas a um dever de devoção ao marido. Sem perceber porque tinha de se sujeitar a vontades que não a sua, Maggie desde nova se mostrou incapaz de controlar as suas emoções e essa é uma das marcas feministas do livro. Maggie ama avassaladoramente o irmão, depois efabula um romance com um rapaz que como defeito tinha, para além da corcunda, o facto de ser filho do maior inimigo de seu pai. E por fim, vive uma platónica e destrutiva paixão com o namorado da prima, a doce e cândida Lucy.

Mas a questão feminista não se esgota no amor. Maggie sai favorecida de todas as comparações com os homens que ama: é mais hábil socialmente que Philip, mais sensata que Stephen e mais inteligente que Tom, o seu irmão. A figura de Tom empalidece particularmente sempre que contraposta à da irmã: rígido e focado na perspectiva dos outros, Tom está mais próximo da família da mãe (os Dodsons), do que da do pai (os Tullivers). Maggie, pelo contrário, encontra no carácter explosivo do pai a compreensão e na coragem da tia Moss, a irmã do pai que por amor casou com um homem pobre, uma inspiração. Maggie, como mulher e como mais nova, deveria respeitar o irmão, mas ela ama-o e, movida por esse sentimento e por aquilo que espera dele, coloca-o várias vezes em causa. Quando as irmãs da mãe os visitam e se unem em críticas à conduta do seu pai, é Maggie que defende a honra da família. E será Maggie que no final regressará para junto de Tom e lhe demonstrará, com a força abnegadora do seu amor, o quão mais digna é do que ele.

Algo extraordinário em “O Moinho à Beira do Floss” é a forma como George Eliot questiona as nossas expectativas. A coerência com que algumas personagens femininas são criadas faz com que o leitor sinta conhecê-las, o que acentua a surpresa com as suas atitudes no final do livro. Eliot ensina-nos que em vez de nos conformarmos em esperar o pior dos outros, lhes devemos dar o benefício da dúvida.

Tom e Maggie crescem junto ao Floss e é junto a esse rio que se reencontram quando se julgam perdidos um para o outro. A força do amor de Maggie ultrapassa todos os obstáculos para ter Tom junto a si. Mas a natureza tem uma forma de repor tudo no seu devido lugar, por muito abruptos e inesperados que os seus desígnios se nos afigurem. No final apenas uma certeza: independentemente de tudo, o Floss continuará sempre a correr para o mar.

Classificação: 18/20

(Livro editado em Portugal pela Relógio D'Água)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A dependência dos livros: edição Setembro de 2013



 
Acreditam se vos disser que comprei todos estes livros por menos de 30€? Pois é a mais pura das verdades. Setembro tem sido um bom mês para promoções de livros. Mais que não seja pela delirante promoção da Cotovia. Mas também pelos saldos da Europa-América (que terminaram a 15 de Setembro), editora da qual confesso não ser grande fã, mas infelizmente há muitas obras que só eles publicaram em Portugal, pelo que costumo aproveitar estas alturas para comprar alguns livros essenciais. 

Para além da Cotovia e da Europa-América, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) teve também direito a uma encomenda este mês, a primeira que lá fiz. Devo dizer, para quem ainda não se apercebeu disso, que a INCM tem algumas edições imprescindíveis e que se vasculharem o catálogo (especialmente se procuram clássicos portugueses e alguns brasileiros) vão certamente encontrar o que comprar. Ando há alguns anos a namorar os 2 volumes dos contos do Eça, um deles bastante carote, mas essa compra ficará para outra altura, desta vez havia um livro do Mário de Sá-Carneiro que levou a melhor. Este livro, “Juvenília Dramática”, reúne 3 peças escritas pelo autor na sua juventude e que foram encontradas pela sobrinha do Fernando Pessoa num envelope perdido no meio do espólio pessoano.

O próximo mês promete também muitas compras a bons preço, mesmo porque há uma nova visita planeada à loja da Cotovia. Mal posso esperar!

Livros comprados este mês:

Juvenília Dramática” de Mário de Sá Carneiro (Imprensa Nacional-Casa da Moeda)
A Náusea” de Jean-Paul Sartre (Europa-América)
As Tábuas de Buxo de Apronenia Avitia” de Pascal Quignard (Cotovia)
O Amanuense Belmiro” de Cyro dos Anjos (Cotovia)
Três Homens num Barco” de Jerome K. Jerome (Cotovia)
Vício” de Paulo José Miranda (Cotovia)
Prepara-te Para a Morte e Segue-me” de May Sarton (Cotovia)
Moravagine” de Blaise Cendrars (Cotovia)
A Menina Morta” de Cornélio Penna (Cotovia)

domingo, 15 de setembro de 2013

O que é que a Granta tem? “Mar Negro” de Ricardo Felner





Em 10 páginas Ricardo Felner serve-nos um prato cheio: o dia-a-dia de um chefe, os seus planos para um novo menu, a doença da filha, discussões entre empregados do restaurante, uma viagem a Istambul, a cura da filha, a sucesso do restaurante, críticas gastronómicas e, espantem-se, uma receita de chocos. Lemos e ficamos empanturrados. Parece que estamos a sair de um restaurante de comida a quilo, onde comemos tudo o que cabia no prato, sem critério, e agora estamos enjoados.

A personagem central do conto é um homem banal. Mas a banalidade da personagem não serve de desculpa à banalidade da escrita. A escrita tem a obrigação de elevar, de revelar o interessante mesmo nas personagens mais desprovidas de encantos. Então e se personagem não tiver nada digno de interesse? Bom, nesse caso escrever sobre ela não será a melhor ideia!

Jorge Amado experimenta em “Dona Flor e Seus Dois Maridos” a fusão entre literatura e culinária e deixa que Dona Flor nos apresente várias receitas durante o livro. Mas fá-lo com talento. As receitas têm ali um propósito: são a manifestação da sensualidade de Dona Flor. Ricardo Felner escreve sem inspiração uma receita de chocos, sem qualquer cunho pessoal da personagem. Apenas uma receita, jogada num parágrafo.

Um relato fragmentado, sem momentos de génio, termina numa cena que pretendia ser épica, à semelhança do que Valério Romão fez no seu conto. Pretendia é a palavra-chave, porque não o é. Um final como estes constrói-se, tem de haver um crescendo, uma manipulação do texto que torne credível o que vai acontecer e não seja só “tive uma ideia gira e diferente para terminar o conto”. Porque é essa a sensação com que ficamos, que aquele final é despropositado, que foi ali colocado numa tentativa de tornar o conto mais relevante. Objectivo não atingido. Quanto muito, o final acentua as falhas de um texto que quer ser muita coisa e que acaba por ser só uma amálgama de elementos díspares que não combinam uns com os outros. A Granta merecia melhor.

sábado, 14 de setembro de 2013

Discurso Directo: Salman Rushdie, o destruidor de verdades oficiais



“That often happens with artists. The act of remembering, saying “this is how it was”, runs up against official truth.” (Salman Rushdie em entrevista ao Times Talks)