sábado, 31 de maio de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 31 de Maio

E chegámos ao fim de semana e que melhor forma de aproveitar o Sábado do que indo à Feira do Livro de Lisboa? Comprar livros, ler livros na relva, pedir autógrafos, assistir a debates e devorar um reconfortante lanche assim que a fome apertar. O que é que falta para este cenário ser perfeito? Gastar pouco dinheiro. Vamos então a alguns Livros do Dia de hoje?

“1984” de George Orwell (Antígona) 8€




“Anna Karénina” de Lev Tólstoi (Relógio D’Água) 16€




“As Aventuras de Huckleberry Finn” de Mark Twain (Relógio D’Água) 8€




“Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa (Relógio D’Água) 18€




“Mistérios” de Knut Hamsun (Cavalo de Ferro) 14,50€




“O Filho de Mil Homens” de Valter Hugo Mãe (Alfaguara) 10,20€




“Teoria Geral do Esquecimento” de José Eduardo Agualusa (Dom Quixote) 9,50€




“Tudo São Histórias de Amor” de Dulce Maria Cardoso (Tinta da China) 13€




“2666” de Roberto Bolaño (Quetzal) 9,95€





“A Divina Comédia” de Dante Alighieri (Quetzal) 11,98€


sexta-feira, 30 de maio de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 30 de Maio

A Feira do Livro este ano está de comer e chorar por mais, não só pelos apetitosos preços dos livros, mas também pela variedade de oferta de víveres. Sim, porque nem só de cultura vive um homem. Passem por lá hoje e alimentem o corpo e, já agora, a alma com estas promoções do dia:


“A Questão Finkler” de Howard Jacobson (Porto Editora) 8,85€



“Os Cadernos de Pickwick” de Charles Dickens (Tinta da China) 10,15€



“Fausto” de Goethe (Relógio D’Água) 16€



“Laços de Família” de Clarice Lispector (Relógio D’Água) 7€



“O Remorso de Baltazar Serapião” de Valter Hugo Mãe (Alfaguara) 8,64€



“Os Terraços de Junho” de Urbano Tavares Rodrigues (Dom Quixote) 9€



“Pais e Filhos” de Ivan Turguénev (Relógio D’Água) 9€



“Walden” Henry David Thoreau (Antígona) 9,25€



Recomendação do dia: Visitem o pavilhão da Antígona e façam compras acima dos 20€ para receberem de oferta “Mendigos e Altivos” de Albert Cossery.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 29 de Maio

Gostavam de saber diariamente que Livros do Dia de interesse há na Feira do Livro, mas não têm paciência para consultar a lista diária? Não temam, estou aqui para vos facilitar a vida, e por isso vou partilhar todos os dias uma pequena lista de livros a preço especial que valem a pena. Para além de livros que li e recomendo, incluirei nas minhas listas livros de autores conceituados que eu próprio planeio comprar.

E no dia de abertura da Feira do Livro o destaque vai para:

“A Estrada” de Cormac McCarthy (Relógio D’Água) 8€ 

“A Ilha do Tesouro” de Robert Louis Stevenson (Relógio D’Água) 7€ 


“A Queda” de Albert Camus (Livros do Brasil) 5,50€

 

“ A Sonata de Kreutzer” de Lev Tolstói (Relógio D’Água) 8€ 


“As Flores do Mal” de Charles Baudelaire (Relógio D’Água) 12€

 

“Axilas & Outras Histórias Indecorosas” de Rubem Fonseca (Sextante) 6,65€


“O Barril Mágico” de Bernard Malamud (Cavalo de Ferro) 12€

 

“O Deserto dos Tártaros” de Dino Buzzati (Cavalo de Ferro) 7,50€ 

“Uma Abelha na Chuva” de Carlos de Oliveira (Assírio & Alvim) 6€


Recomendação do dia: Visitem logo o pavilhão da Cavalo de Ferro porque a editora anunciou no Facebook que terá livros de fundo de catálogo a 3,50€ e 5 (consta que o stock não é muito grande).

José Saramago segundo a Porto Editora


Há ideias que são tão boas que pensamos “como é que nunca ninguém se lembrou disto!”. A Porto Editora deixou ontem meio mundo extasiado com a sua ideia de pedir a nove grandes figuras da cultura portuguesa para caligrafarem o título dos primeiros livros de José Saramago a serem publicados pela editora. É verdadeiramente emocionante ver nomes como Eduardo Lourenço, Dulce Maria Cardoso, Lídia Jorge e Júlio Pomar homenagearem desta forma aquele que é, juntamente com Fernando Pessoa, o grande nome da literatura portuguesa no século XX, por muito que isso incomode algumas pessoas. Obrigado Porto Editora!

Querem saber quem escreveu que título?

A Caverna” – Eduardo Lourenço
A Noite” – Armando Baptista-Bastos
A Viagem do Elefante” – Mário de Carvalho
As Intermitências da Morte” – Valter Hugo Mãe
As Pequenas Memórias” – Gonçalo M. Tavares
Ensaio Sobre a Lucidez” – Dulce Maria Cardoso
História do Cerco de Lisboa” – Álvaro Siza Vieira
Manual de Pintura e Caligrafia” – Júlio Pomar
O Homem Duplicado” – Lídia Jorge

Convido-vos também a verem um vídeo sobre a elaboração das capas, cujo design ficou a cargo da silvadesigners:



Já podem encontrar os livros à venda na Wook (com 10% de desconto e portes grátis), mas podem sempre aproveitar a Feira do Livro para perderem a cabeça. Relembro-vos que foi publicado também recentemente “Lanzarote – A Janela de Saramago”, livro que reúne fotos de João Francisco Vilhena com textos dos “Cadernos de Lanzarote”, um projecto que inaugurou a área de Projectos Especiais da Booktailors.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A dependência dos livros - edição Maio de 2014


Nada como uns devaneios pré Feira do Livro. Sim, foi outro mês de promoções loucas, de muitos livros comprados por muito menos dinheiro do que seria de esperar.

A Wook transformou-se neste ano para mim numa espécie de Meca da compra de livros, graças às suas excelentes promoções, a um dos melhores acervos do mercado (ou até mesmo o melhor!) e a prazos de entrega imbatíveis (já cheguei a receber encomendas no dia seguinte a tê-las feito, o que nunca me aconteceu por outras paragens). Foi de lá que veio o “Anatomia dos Mártires” do João Tordo, o “A Cidade de Ulisses” de Teolinda Gersão (uma estreia na minha biblioteca) e o já difícil de encontrar “Um Punhado de Pó” de Evelyn Waugh. Os dois primeiros tinham 40% de desconto, segundo me recordo, e o terceiro custava 3€ (sim, 3€, uma edição de capa dura, sim, é verdade), o que resultou em pouco mais de 20€. Veio também da Wook o meu 3º número da Granta Portugal – tenho mesmo de fazer a assinatura -, acompanhado de mais um título da colecção de clássicos da Tinta da China, desta feita “Dicionário do Diabo” de Ambrose Bierce, que acrescentou à Granta a módica quantia de 0€. Às vezes viver é bom!

Para que a concorrência não fique com ciúmes, lá aproveitei as promoções do Saramago e do Gabriel García Márquez na Fnac e consegui o “O Outuno do Patriarca” e o “O Homem Duplicado” por pouco mais de 15€ (para ter o “O Homem Duplicado” de oferta comprei o “O Conto da Ilha Desconhecida” por cerca de 5€ e, como já o tinha, dei-o a uma grande amiga e fiquei com o outro – ganhar em todas as frentes, é o que isto é).

Ouço vozes a questionar, já num tom moralista: “então e as livrarias independentes?”. Calma, que aqui reina a democracia! Visitei as novas instalações da Fyodor Books, junto ao Campo Pequeno, e saí de lá com 5 livros e menos 10€ na carteira (só na Fyodor é que isto é possível). Estou particularmente satisfeito com o “A Porta Estreita” do André Gide, Prémio Nobel que há muito perseguia mas que com o desaparecimento da Ambar é quase impossível encontrar (se alguém localizar um “A Sinfonia Pastoral” é favor dizer!).

Aqui fica a lista completa e preparem-se que no próximo mês, com o advento da Feira do Livro, haverá um conjunto pornográfico de livros para elencar (se tudo correr bem!):

A Cidade de Ulisses” de Teolinda Gersão, Sextante
“A Costa dos Murmúrios” de Lídia Jorge, Colecção Mil Folhas
“A Porta Estreita” de André Gide, Colecção Prémios Nobel do Diário de Notícias
Anatomia dos Mártires” de João Tordo, Dom Quixote
“Boneca de Luxo” de Truman Capote, Colecção Mil Folhas
Dicionário do Diabo” de Ambrose Bierce, Tinta da China
Granta 3", Tinta da China
“O Doente Inglês” de Michael Ondaatje, Dom Quixote
O Homem Duplicado” de José Saramago, Caminho
O Outono do Patriarca” de Gabriel Garcia Marquez, Dom Quixote
“Rebeca” de Daphne du Maurier, Livros do Brasil

Um Punhado de Pó” de Evelyn Waugh, Dona Raposa (Livros Cotovia)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Em estado crítico: “Tudo São Histórias de Amor” de Dulce Maria Cardoso


“As vidas que li não foram menos minhas. Não há grande diferença entre o que se vive lendo e o que se vive vivendo. Milhares de vidas à nossa espera no silêncio dos livros."
in A Biblioteca

“Não quero amar o que não pode, para sempre, aceitar-me de regresso.”
in Coisas que Acarinho e Me Morrem Entre os Dedos 

“Para que as criaturas fornecessem o bem de que eram capazes era preciso infringir-lhes sofrimento. Mas isso sempre foi um trabalho simples: há sofrimento em abundância neste mundo de Deus e consegui-lo é das coisas mais fáceis.”
in Humal 

“Se ainda soubesse, a velha tinha começado a chorar.”
in Retrato de um Jovem Poeta


O amor. A complexidade do amor não se compraz com os relatos delicodoces de histórias românticas em que amar e ser amado são cores pálidas, paisagens agradáveis em que apetece dormir e esquecer os problemas do mundo. E o lado destrutivo do amor? Não se pode amar submerso na feiura? Amar algo indigno de ser amado? Amar, não uma pessoa, mas uma ideia, um estado de espírito, uma sensação?

Dulce Maria Cardoso revela-nos em doze contos as verdades dos amores, verdades que muitas vezes não queremos ver, que tentamos conscientemente ignorar mas que, na por vezes cruel honestidade das palavras, somos obrigados a reconhecer. Esses amores podem tanto ser o amor de um criminoso pelos livros, como em A Biblioteca, e o eterno debate que levanta sobre a arte enquanto redenção (perspectiva que tanto apoquenta George Steiner – como podiam os dirigentes nazis, responsáveis por tantas atrocidades, apreciar boa arte, ter a sensibilidade necessária para a conseguirem apreciar?), como o amor por algo que não nos pertence, pelo desejo de que seja nosso, pela inveja, tal como acontece em Este Azul que Nos Cerca.

Há em “Tudo São Histórias de Amor” cinco momentos particularmente marcantes, dois dos quais inspirados em histórias que bem conhecemos. Não Esquecerás tem a capacidade de nos fazer saber do que se está a falar, sem que nada em concreto seja dito de início. Começamos numa noite fria e chuvosa, à boleia numa camioneta. Talvez pela vontade de capturar cada instante, pela vontade de que o tempo se congele, percebemos em poucas páginas que vamos em direcção a Entre-os-Rios, que em breve tudo estará acabado. Dulce Maria Cardoso podia ter falado do momento da tragédia, descrito o acidente, mas em vez disso foca-nos nos últimos momentos daquelas pessoas e na crueldade de se ver privado de um amanhã, quem já com ele contava.

Em Desaparecida, ou a Justiça, o outro conto sobre um acontecimento que marcou o nosso país num passado próximo – o caso Joana –, são as sevícias sofridas pela mãe de Joana que ocupam o lugar central. Impressiona-nos a dureza dos actos, que são praticados em nome de uma pretensa verdade, uma verdade que mais não é do que um desejo sanguinário de pecado, do pecado dos outros, de nos regozijarmos com os horrores cometidos pelos outros. É um conto difícil de ler, por nos escancarar os recantos mórbidos das mentes, por sabermos que parte daquela história se passou de facto, por sentirmos que não o conseguiremos esquecer.

O focus externo desaparece e o eu assume o lugar central em Coisas que Acarinho e Me Morrem Entre os Dedos, que quase poderia ser uma continuação do conto publicado por Dulce Maria Cardoso na 1ª Granta portuguesa. Em análise está um dilema que atormenta o Homem desde tempos idos: o desejo de mudança e o medo da mudança. O mundo de possibilidades que se abre perante nós nos momentos em que estamos connosco próprios e a noção palpável de que, em última análise, tudo depende da nossa vontade. Se quisermos abandonar a nossa vida e partir para um país distante, nada nos impede, basta termos coragem de agir. Mas, assim como nos damos ao trabalho de criar mundo, também rapidamente os destruímos.

Mas se os três contos referidos já assumem uma força pouco usual para a palavra escrita, a perfeição alcança-se em Humal e Retrato de Um Jovem Poeta. Humal é magistral. Um conto mítico que nos relembra que as coisas mais belas têm por vezes por base o sofrimento, a cobardia de fazer mal a quem não se pode defender, em nome de uma beleza que se convenciona como algo de bom. E por fim, em o Retrato de Um jovem Poeta, o amor concretiza-se, assume o seu estado mais puro, o de uma entrega total, uma compreensão extra-sensorial, um sentimento que, mesmo perante o mais horrível dos cenários, permanece pleno.

Se “O Retorno” consagrou Dulce Maria Cardoso junto do grande público, “Tudo São Histórias de Amor” reafirma-a como uma escritora maior, uma contista brilhante que em poucas páginas nos faz render às histórias que nos conta, certos de que o que aquelas palavras suscitaram em nós nos acompanhará como uma memória assombrosa de um mundo que não podemos negar.

Classificação: 19/20

terça-feira, 20 de maio de 2014

A última entrevista de Philip Roth


Uma pedrada no charco. Foi esse o efeito das palavras de Philip Roth quando, no final de 2012, anunciou publicamente, numa entrevista à revista francesa Les Inrockuptibles, que não voltaria a escrever. Na altura poucos acreditaram nas suas palavras, achando que o apelo da pena domaria o desejo de liberdade de um escritor esgotado. Mas há algumas semanas Roth, após uma sessão pública de leitura, afirmou que aquele seria o último evento do género que iria realizar, deixando antever uma saída mais abrangente da vida pública, que culminou com o anúncio de que a entrevista que será hoje emitida pela BBC será a sua última aparição pública.

O desgaste de Philip Roth com a vida de escritor não era segredo para ninguém, e ficou bem patente na entrevista publicada pelo The New York Times Book Review no passado mês de Março:

“Todos temos trabalhos árduos. Todo o verdadeiro trabalho é árduo. Acontece que o meu trabalho é também irrealizável. Manhã após manhã durante 50 anos, enfrentei a próxima página indefeso e mal preparado. Escrever para mim é um feito de auto-preservação. Se não o fizesse, morreria. Então fi-lo. A perseverança, e não o talento, salvou-me a vida. Tive também a sorte de não considerar a felicidade importante e de não ter compaixão por mim próprio.”

Philip Roth afasta-se assim definitivamente do grande público, sem ter recebido o tão ambicionado Prémio Nobel (e sendo quase impossível que o venha a receber). Em tempos Roth afirmou ao “O Estado de S. Paulo” que gostaria de escrever o mesmo livro até morrer, acenando com a hipótese de um livro póstumo. Quem sabe se não nos aguarda uma surpresa no futuro?

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A APEL quer eleger a livraria preferida de Portugal

Está a chegar aquela altura do ano em que Lisboa se enche de livros. E para dar início à festa do livro, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) decidiu lançar mais uma edição da “Livraria Preferida”. Esta acção, que se tem centrado em Lisboa, irá este ano abranger todo o país, dando a oportunidade a todos os leitores de, num breve questionário, escolherem a livraria portuguesa que é a menina dos seus olhos.

De recordar que no ano passado, entre as livraria lisboetas, a eleita do votantes foi a Bertrand do Chiado, seguida da Pó dos Livros e da Ler Devagar. O meu voto, mantendo a tradição, vai para a Pó dos Livros. Porquê? Façam-lhe uma visita e vão ficar a perceber. Um atendimento de primeira qualidade, um serviço de alfarrabista de excelência, um espaço acolhedor e livros que revelam escolhas ponderadas, fugindo ao paradigma das livrarias de novidades.

Querem participar? Na imagem em baixo têm um link para a página no site da APEL em que está disponível o acesso ao questionário. A livraria vencedora será conhecida durante a 84ª Feira do Livro de Lisboa.


domingo, 11 de maio de 2014

Uma fotonovela na Granta 3


O terceiro número da Granta portuguesa, com o tema “Casa”, está a chegar. Alguns assinantes já a receberam, mas o comum dos mortais só a encontrará nas livrarias a 23 de Maio. A publicação de um conto de Murakami é um dos pontos centrais desta edição, que conta ainda com reincidências de Hélia Correia e, sobretudo, de Valério Romão, autor que deixou meio mundo siderado com o seu conto na 1ª Granta (eu incluído) e que teve honras de publicação no site da Granta inglesa.

Mas nem só de escrita vive a Granta e uma das novidades desta edição é a inclusão de uma fotonovela da autoria do dramaturgo Tiago Rodrigues. Deixo-vos com dois teasers e convido-vos também a verem o making of no site do Público.






A Granta promete, mais um vez. Eu vou entrar agora na 2ª revista. Novidades para breve.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Afonso Cruz, Álvaro Magalhães e A. M. Pires Cabral premiados pela Sociedade Portuguesa de Autores

Três homens, três livros, três editoras. Assim se poderia sintetizar o Prémio Autores 2014 atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores na área da literatura. A entrega dos prémios, que nos últimos anos distinguiu nomes como Mário Cláudio, José Luís Peixoto, Catarina Sobral e Miguel Real, decorreu ontem no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, evento que este ano ficou marcado pela recusa da RTP em participar na gala. Polémicas à parte, os vencedores na área da Literatura foram:

Melhor Livro Infanto-Juvenil

“O Senhor Pina” de Álvaro Magalhães, com ilustrações de Luiz Darocha


Sinopse: "O Senhor Pina" é um conjunto de dezasseis ficções que ergue um retrato íntimo, sensível e muito bem humorado do poeta Manuel António Pina, desde o seu modo peculiar de olhar e viver a vida e a literatura até à sua relação com Joanica-Puff, o Urso com Poucos Miolos que ele tanto admirava. E é tudo verdade ou não? Ou é tudo imaginação? É tudo verdade e não. E é tudo imaginação.

Editora: Assírio & Alvim



Melhor Livro de Poesia

“A Gaveta do Fundo” de A. M. Pires Cabral


Sinopse: "Depois de se ter estreado com um impressionante conjunto de poemas que iniciou o chamado «ciclo do Nordeste» («Algures a Nordeste», «Boleto em Constantim», «Douro: Pizzicato e Chula», «Arado» e «Cobra-d’Água»), A. M. Pires Cabral regressa ao tema de Trás-os-Montes, em tom elegíaco. A Terra Quente é agora uma terra envelhecida, despovoada, esquecida, cheia de silêncios e de escombros. Uma terra que chegou ao fim. Esta colectânea não desiste de uma nostalgia ainda «bucólica»: o rio Tua, as vinhas e furnas, a lavoura, a «guarda pretoriana» de gatos e cães, rãs e vacas, aves e pirilampos. A linguagem dos poemas é elevada ou demótica, sarcástica e quase metafísica, alegórica e zangada com as decisões de quem manda. Ou simplesmente assustada com a «temível, cerrada, intransitiva / noite dos homens». Porém, o tom disfórico não impede que o poeta se comova com procissões e magustos, resquícios de um tempo em que natureza e comunidade formavam uma união quase sagrada. Nos últimos anos, a discreta poesia de Pires Cabral alcançou um justo reconhecimento, por causa de alguns livros esplêndidos sobre a finitude. Chegou agora a vez do seu requiem transmontano." (por Pedro Mexia)

Editora: Tinta da China



Melhor Livro de Ficção Narrativa

“Para Onde Vão os Garda-Chuvas” de Afonso Cruz


Sinopse: O pano de fundo deste romance é um Oriente efabulado, baseado no que pensamos que foi o seu passado e acreditamos ser o seu presente, com tudo o que esse Oriente tem de mágico, de diferente e de perverso. Conta a história de um homem que ambiciona ser invisível, de uma criança que gostaria de voar como um avião, de uma mulher que quer casar com um homem de olhos azuis, de um poeta profundamente mudo, de um general russo que é uma espécie de galo de luta, de uma mulher cujos cabelos fogem de uma gaiola, de um indiano apaixonado e de um rapaz que tem o universo inteiro dentro da boca.

Um magnífico romance que abre com uma história ilustrada para crianças que já não acreditam no Pai Natal e se desdobra numa sublime tapeçaria de vidas, tecida com os fios e as cores das coisas que encontramos, perdemos e esperamos reencontrar.

Editora: Alfaguara

terça-feira, 6 de maio de 2014

FNAC procura novos talentos da literatura, até 30 de Junho


A tradição cumpre-se e a Fnac volta a convocar os novos talentos na área da literatura. O repto é simples: até dia 30 de Junho enviar um conto que tenha entre 10 a 15 páginas A4 e um máximo de 25 mil caracteres com espaço. O que é que é preciso mais? Bom, ter pelo menos 18 anos e, já agora, ter talento suficiente para impressionar um júri de notáveis: o escritor Valter Hugo Mãe, Carlos da Veiga Ferreira (editor da Teodolito) e a crítica literária Dóris Graça Dias.


O processo irá decorrer da mesma forma que nos anos anteriores, cabendo ao júri a selecção de 10 contos que serão depois sujeitos à votação popular, sendo os 5 mais votados publicados na já habitual colectânea. E dinheirinho? Dinheirinho de prémio não há, que o artista deve cultivar a pobreza em nome da elevação espiritual. Um vale de 50€ para comprar livros era simpático! Mas não tenhamos mais olhos que barriga que, nos dias que correm, ter algo publicado já é uma vitória.