segunda-feira, 30 de junho de 2014

Feira do Livro de Lisboa 2014: um balanço pessoal

A Feira do Livro de Lisboa é um espaço de loucura e prazer, onde os devotos da literatura se entregam cegamente ao crime de comprar e comprar até que a conta bancária exígua se revolta e diz “não voltarás àquele antro de perdição”.

Quem me conhece sabe que a Feira do Livro ganhou na minha vida uma dimensão ritualística semelhante ao Natal. Doces, momentos de convívio com aqueles de quem mais gostamos e muitas prendas (compradas por nós, mas a preços que quase parecem uma oferta), que mais pedir a Deus! E foi assim que entre farturas e cones de batatas do Chippers, livros foram sendo comprados. Alguns impulsivamente (poucos!), a maioria estudada criteriosamente (não estou a exagerar!). O resultado foi um conjunto de respeito, que vos apresentarei em três grupos.


Autores lusófonos e Prémios Nobel



No passado teria comprado pouca coisa de autores lusófonos mas perante a minha recente proclamada dedicação a esta literatura, após algumas óptimas experiências, este ano teria de haver muitas compras em português e foi nesse grupo que fiz algumas das minha melhores compras. Antero de Quental é um autor que me tem despertado muito interesse e já tinha feito uma pequena investigação, estando ciente que não há muitos livros dele no mercado, razão pela qual este autor tem a honra de ser o único do qual comprei mais do que um livro: “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares”, numa edição deslumbrante da Tinta-da-China, e “Odes Modernas”, uma edição velhinha da Vega.

“O Vale da Paixão” da Lídia Jorge e “Contos” do Miguel Torga foram duas compras muito felizes, quase a 1/3 do seu preço normal. Ter os contos completos do Miguel Torga por menos de 10€ é notável e, não menos notável, é comprar um dos livros mais emblemáticos de Lídia Jorge por menos de 5€. E não posso deixar de mencionar a aquisição para a minha biblioteca do primeiro Dalton Trevisan, que já estava nos meus planos há algum tempo. O facto de ter custado 5€ só me deixou ainda mais feliz.

Os Prémios Nobel foram este ano menos do que seria de esperar. Ficou por concretizar o meu plano inicial de comprar o “A Leste do Paraíso” do Steinbeck, que foi livro do dia num dia em que não passei pela Feira. “O Sol Nasce Sempre (Fiesta)” é a minha segunda oportunidade a Hemingway, autor do qual não guardo boas recordações depois de ter lido “Por Quem os Sinos Dobram”. Mas Steiner diz que o livro e o Hemingway são espectaculares e uma grande amiga também o diz, portanto vamos a mais esta tentativa. Outro livro neste grupo foi uma surpresa, porque não sabia da sua existência: falo da “Antologia Poética” de Juan Ramón Jiménez, que encontrei por acaso nas caixas de promoções da Relógio D’Água com muito espanto porque pensava que o único livro seu editado em Portugal era “Platero e Eu”.


Clássicos



Como o adepto de clássicos que sou, esta é sempre uma categoria com quantidades generosas. E clássicos são sinónimo de Relógio D’Água, pelo que não é de espantar que dos nove livros neste grupo, cinco sejam dessa editora, quatro dos quais comprados na banca de promoções a 5€. O único que foi um pouco mais caro foi o terceiro volume de contos do Tchékhov, tendo cumprido a minha tradição iniciada há dois anos de comprar um volume da colecção por Feira.

Não estava à espera de comprar o “O Bom Soldado Svejk” este ano, embora já o quisesse há bastante tempo, porque nunca pensei que pudesse estar a um preço convidativo. Isso foi até saber que era um dos livros na Hora H selectiva da Tinta-da-China, passando dos 32€ habituais para 16€. Quase que perdi os sentidos momentaneamente quando descobri tal coisa!

E para terminar este grupo, uma raridade com o carimbo Cavalo de Ferro: “Anaconda” de Horacio Quiroga, impossível de encontrar actualmente nas livrarias.


Literatura estrangeira contemporânea



Tenho várias tradições na Feira do Livro. Uma delas é comprar algum livro nas promoções da Gradiva e da Nova Vega. E foi assim que “Um Almoço Nunca é de Graça” de David Lodge e “A Costa das Sirtes” de Julien Gracq, dois livros prestigiados embora as capas não o transpareçam, vieram parar à minha estante.

Outra tradição é comprar um volume das obras completas do Borges todos os anos, tradição de que me despedirei no próximo ano com a compra do último volume. Vale totalmente a pena esperar, podendo assim comprar por 15€ livros que normalmente custam quase 37€.

Mas a grande compra da Feira do Livro de Lisboa de 2014 terá de ser “Possessão” de A. S. Byatt, vencedor do Booker Prize em 1990, que estava escondidinho numa das prateleiras junto ao chão na banca da Sextante, com uma etiqueta amarela que valia em Hora H um desconto de 70%. Quando o vi pela primeira vez havia dois exemplares. No dia em que fui à Hora H era o último. Espero que alguém tenha sido tão feliz quanto eu a comprá-lo. Dos quase 30€ que o livro custava paguei menos de 9€ e quase soltei uma lagriminha de felicidade.


E ficou alguma coisa por comprar?

Claro que ficou! Já vos falei do “A Leste do Paraíso” do Steinbeck, editado pela Livros do Brasil, mas há muitos mais. O “Gente Independente” do Halldór Laxness na Cavalo de Ferro, a “Obra Poética Completa” do Edgar Allan Poe na Tinta-da-China, o “Paraíso Perdido” do Milton e a “Ilíada” do Homero na Cotovia, o “Canções da Inocência e de Experiência” do William Blake na Antígona, o “São Paulo” do Teixeira de Pascoaes e o “O Medo” do Al Berto na Assírio & Alvim e um sem fim de livros na Relógia D’Água: “Raparigas de Escassos Recursos” da Muriel Spark, “Retrato de Uma Senhora” do Henry James, “Decameron” de Boccaccio…

Enfim, para o ano há mais. Por agora fiquem com a minha lista completa de livros comprados na Feira do Livro de Lisboa 2014, salientando que a grande maioria custou até 7€, havendo apenas algumas excepções que passaram os 10€:

O Vampiro de Curitiba” de Dalton Trevisan, Relógio D’Água
Uma Abelha na Chuva” de Carlos de Oliveira, Assírio & Alvim
O Vale da Paixão” de Lídia Jorge, Dom Quixote
Causas da Decadência dos Povos Peninsulares” de Antero de Quental, Tinta-da-China
Contos” de Miguel Torga, Dom Quixote
Embaixada a Calígula” de Agustina Bessa-Luís, Babel
“Odes Modernas” de Antero de Quental, Vega
O Sol Nasce Sempre (Fiesta)” de Ernest Hemingway, Livros do Brasil
Morrem Mais de Mágoa” de Saul Bellow, Quetzal
Antologia Poética” de Juan Ramón Jiménez, Relógio D’Água
Instante” de Wislawa Szymborska, Relógio D’Água
O Despertar” de Kate Chopin, Relógio D’Água
“Anaconda” de Horacio Quiroga, Cavalo de Ferro
O Príncipe e o Pobre” de Mark Twain, Relógio D’Água
O Bom Soldado Svejk” de Jaroslav Hašek
O Homem que Era Quinta-Feira” de G. K. Chesterton, Relógio D’Água
Uma Mulher Perdida” de Willa Cather, Relógio D’Água
Walden” de Henry David Thoreau, Antígona
Contos de Tchékhov - Volume III” de Tchékhov, Relógio D’Água
Os Cantos de Maldoror” de Conde de Lautreamont, Antígona
O Deserto dos Tártaros” de Dino Buzzati, Cavalo de Ferro
O Túnel” de Ernesto Sabato, Relógio D’Água
As Mãos Pequenas” de Andrés Barba, Minotauro
2666” de Roberto Bolaño, Quetzal
Obras Completas: 1975-1985” de Jorge Luis Borges, Teorema
Possessão” de A. S. Byatt, Sextante
Gostamos Tanto da Glenda” de Julio Cortázar, Cavalo de Ferro
Os Ventos e Outros Contos” de Eudora Welty, Antígona
Um Almoço Nunca É de Graça” de David Lodge, Gradiva
A Costa das Sirtes” de Julian Gracq, Vega

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Promoção Presença: devolução de 100% do valor gasto até 3 de Julho

Podemos nem sempre concordar com as opções editoriais que a Presença tem feito nos últimos anos, sejam em termos de catálogo ou da própria estética dos livros, mas a verdade é que em termos de marketing online está à frente de quase todas as editoras. Desde que percebeu as potencialidades de ter um canal de venda directa, sem ter de dar uma fatia choruda do preço dos livros às lojas, a Presença tem-se lançado numa sucessão de promoções capazes de tentar o mais selectivo dos mortais.

E agora, mesmo quando as pessoas estão a preparar as férias e a pensar em que livros vão levar consigo, a Presença acena com a devolução de todo o dinheiro gasto em compras no site até 3 de Julho (excepto o valor dos portes de envio e valores cobertos pelo saldo disponível na conta-corrente do site), que ficará disponível na conta-corrente para compras futuras. Quem consegue resistir?

Precisam de sugestões? Partilho convosco a minha lista de compráveis, com nomes sonantes editados em tempos pela Presença.


“A Vida Nova” de Orhan Pamuk



“O Sonho Mais Doce” de Doris Lessing



“A Dádiva” de Toni Morrison



“Um Outro” de Imre Kertész



“O Grande Gatsby” de F. Scott Fitzgerald



“O Coração é um Caçador Solitário” de Carson McCullers



“Paralelo 42” de John dos Passos



“Trópico de Câncer” de Henry Miller



“O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós



“O Amor” de Marguerite Duras


"Ciranda de Pedra" de Lygia Fagundes Telles



quinta-feira, 26 de junho de 2014

Em estado crítico: “Molloy” de Samuel Beckett


O nome de Samuel Beckett está inscrito a tinta permanente no grande livro da história da literatura. Qualquer pessoa que se interesse por ler escuta o seu nome, pronunciado em tons de idolatria, com devoção. Beckett é Beckett e ler Beckett deve ser uma experiência transformadora. Ou uma grande desilusão.

“Molloy”, editado em Portugal pela Relógio D'Água, é o primeiro livro de uma trilogia de que também fazem parte “Malone Está a Morrer” e “O Inominável”, considerado por muitos como uma das obras mais importantes de Beckett, se não a mais importante. E há certamente méritos nele que ninguém poderá negar. Se me pedissem para defender o livro, eu diria que o que “Molloy” tem de melhor é o que revela da capacidade de Beckett para criar personalidades, de se introduzir numa mente, num modo de pensar, e construir uma lógica de acção adequada, o que tem uma dificuldade ainda mais acrescida quando a narração é feita na primeira pessoa. Mais do que um romance, estamos perante um monólogo, que enquanto peça de teatro poderia funcionar bem.

Beckett divide o livro em duas partes: na primeira acompanhamos Molloy no seu percurso em busca da sua mãe e na segunda seguimos Moran na sua demanda para encontrar Molloy. As questões existencialistas são uma constante nas duas partes, seguindo as dicotomias clássicas mãe/filho e pai/filho. Molloy mais do que procurar a mãe, procura um conceito de casa, um espaço genesíaco que lhe permita encontrar-se, que torne mais claro um mundo que se tornou confuso, possivelmente devido a alguma perturbação psicológica evidenciada por um discurso errante, por vezes desconexo. E se em Molloy há procura, em Moran há recusa, sentimentos gratuitos de repúdio pelo filho, quase como se temesse que o quisesse destituir da sua posição, da sua identidade.

Aparentemente Molloy e Moran representam dois extremos, respectivamente o da perturbação e o da normalidade. As diferenças da enunciação de Moran face a Molloy são claras inicialmente, há um sentido de ordem, de ponderação, expressa até mesmo pela forma, com o discurso de Moran organizado em diferentes parágrafos e o de Molloy em apenas dois (o segundo parágrafo começa na página 8 e termina na 110!). Mas essas fronteiras vão-se esbatendo e no final pouco separa Moran de Molloy. Na realidade, apesar de sua aparente maior racionalidade, os actos de Moran superam em gravidade os de Molloy, o que nos leva a ponderar sobre o que define a normalidade mental de uma pessoa. Não estaremos todos nós a algumas páginas de nos tornarmos loucos?

As questões levantadas por “Molloy” são de facto muito interessantes e Beckett é muito eficaz na forma como as traz até nós. Mas os méritos do livro ficam-se por aí, na minha opinião. “Molloy” é um livro difícil. Acompanhar as deambulações mentais de Molloy torna-se num verdadeiro suplício. Tentar acompanhar a sua linha de raciocínio é um desafio por vezes absolutamente perdido à partida, porque não é suposto uma pessoa perturbada ter uma linha de raciocínio coerente, mas também não é suposto um leitor deliciar-se com várias páginas sobre a organização nos bolsos de pedras para chupar. Beckett cometeu na minha opinião o pecado de confundir o livro com as personagens, e a desorientação das personagens torna-se numa leitura frustrante.

Ironicamente, o que confere a “Molloy” os seus méritos literários é o que o afasta do leitor. Correndo o risco de deixar alguns fãs de Beckett enfurecidos, “Molloy” parece-me mais um exercício intelectual, muito focado na forma, do que uma obra literária. Reconheço-lhe o valor mas não gostei da experiência, nem recomendo a leitura. Continuarei em breve com a leitura dos restantes livros da trilogia. Desejem-me sorte!


Classificação: 10/20

domingo, 15 de junho de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 15 de Junho

O final da Feira do Livro de Lisboa seria merecedor de um filme inspirado no “A Ressaca”. Pessoas estafadas de subir e descer o Parque Eduardo VII, de esperar em filas na Hora H, de saltar sobre os carrinhos de bebés nos fins-de-semana, completamente soterradas em livros e de bolsos bem vazios. Uma overdose de Feira, é o que é. Para o ano há mais, mas ainda vão a tempo de fazer a última compra deste ano, aquela que vai rebentar de vez com o vosso já exíguo orçamento. Deixo-vos com os últimos destaques dos Livros do Dia de 2014.


“A Leste do Paraíso” de John Steinbeck (Livros do Brasil) 12€



“A Sibila” de Agustina Bessa-Luís (Babel) 11,81€



“A Vida de Pi” de Yann Martel (Presença) 10,7€



“Contos Completos” de Truman Capote (Sextante) 11,1€



“O Medo” de Al Berto (Assírio & Alvim) 20€



“Poesia, Ricardo Reis” de Fernando Pessoa (Assírio & Alvim) 8€



sábado, 14 de junho de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 14 de Junho

Está quase a acabar. Quase, quase, mas ainda há tempo para comprar mais livros imprescindíveis. Analisem com atenção os destaques dos Livros do Dia de hoje e sigam o vosso instinto comprador:


“A Espuma dos Dias” de Boris Vian (Relógio D’Água) 9€



“A Máquina de Fazer Espanhóis” de Valter Hugo Mãe (Alfaguara) 10,2€



“Mensagem” de Fernando Pessoa (Assírio & Alvim) 5,5€



“Poesias Completas” de Alexandre O’Neill (Assírio & Alvim) 16,5€



“Uma Viagem à Índia” de Gonçalo M. Tavares (Caminho) 15€



“A Viagem dos Inocentes” de Mark Twain (Tinta da China) 13,15€


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 13 de Junho

Acordaram tarde, ainda meio ressacados dos Santos? E que tal um piquenique, em pleno Parque Eduardo VII, com direito a tertúlias literárias, troca de livros e convívio com escritores para recuperar as forças? Em caso extremo, podem sempre comer um bom par de farturas e vão sentir logo as forças a voltarem. E só para tornar o dia perfeito, aqui ficam os destaques dos Livros do Dia de hoje:


“As Três Vidas” de João Tordo (Dom Quixote) 10,1€



“Claraboia” de José Saramago (Caminho) 11,3€



“Claro Enigma” de Carlos Drummond de Andrade (Cotovia) 7€



“E a Noite Roda” de Alexandra Lucas Coelho (Tinta da China) 9,8€



“Os Escritores (Também) Têm Coisas a Dizer” de Carlos Vaz Marques [dir.] (Tinta da China) 14,4€



“Memórias da II Guerra Mundial” de Winston Churchill (Texto) 22,7€



“O Processo” de Franz Kafka (Livros do Brasil) 7,5€



“O Sino da Islândia” de Halldor Laxness (Cavalo de Ferro) 12€



“Siddhartha” de Hermann Hesse (Dom Quixote) 8,9€


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 12 de Junho

Querem maior símbolo de santidade do que os livros? São exercícios de silêncio, de paciência, de reflexão e por vezes de pobreza (para quem como eu tem algum dificuldade em rejeitar uma boa compra). Com santos deste calibre quem é que precisa dos outros, ditos populares? Eu é mais livros, sobretudo estes destaques dos Livros do Dia de hoje:


“A Corte do Norte” de Agustina Bessa-Luís (Babel) 11,81€



“Anatomia dos Mártires” de João Tordo (Dom Quixote) 9,5€



“Apenas Miúdos” de Patti Smith (Quetzal) 9,4€



“O Chão dos Pardais” de Dulce Maria Cardoso (Tinta da China) 14,4€



“K4 – O Quadrado Azul” de Almada Negreiros (Assírio & Alvim) 7€



“Mrs Dalloway” de Virginia Woolf (Relógio D’Água) 9€



“O Museu da Inocência” de Orhan Pamuk (Presença) 14,2€



“O Xangô de Baker Street” de Jô Soares (Presença) 9,95€



“Os Malaquias” de Andréa del Fuego (Porto Editora) 6,65€



“Rumor Branco” de Almeida Faria (Assírio & Alvim) 6,45€



“Ruído Branco” de Don DeLillo (Sextante) 11,1€


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Diário da Feira do Livro 2014: 11 de Junho

Depois de desmaios mediáticos e militares a apelarem ao respeito pelo país, que tal um pouco de literatura para nos lavar a alma? O bom dos livros é que com eles podemos ir onde quisermos e em vez de uma plateia hostil podemos imaginar aplausos, palavras de adoração e gestos de carinho. Enfim, vamos aos Livros do Dia em destaque hoje que é o que de melhor temos a fazer:


“A Experiência” de Ferreira de Castro (Cavalo de Ferro) 11€



"Laranja Mecânica” de Anthony Burgess (Alfaguara) 11,34€

 


“Dinheiro” de Martin Amis (Quetzal) 9,95€



“Jane Eyre” de Charlotte Brontë (Relógio D’Água) 13€



“Poesia (1902-1917)” de Fernando Pessoa (Assírio & Alvim) 17€