sábado, 22 de fevereiro de 2014

O 100º post e os 100 anos de Marguerite Duras


A força avassaladora e imparável do tempo revela-se uma constante fonte de surpresa. Os dias parecem horas, os meses dias, os anos passam com a facilidade de uma vida que se vai vivendo à deriva, vendo tudo passar. E num piscar de olhos, amanhã publicarei o post 100 deste blogue, quando me parece que disse tão pouco, que fiz quase nada.

Andei durante algum tempo a pensar em como assinalar este marco e, por obra do acaso, deparei-me com o facto de estar para próximo o centenário do nascimento de Marguerite Duras que, talvez ainda não saibam, mas é a autora de um dos meus livros preferidos: “O Amante”. Celebrar o centenário desta autora polémica, com uma vida tão marcante e uma escrita arrebatadoramente poética, tornou-se um imperativo. O post número 100 do blogue, que será publicado amanhã, marcará por isso o início das comemorações do centenário de Marguerite Duras, com uma resenha sobre “O Amante”, inaugurando também a rubrica “Os livros da minha vida”. Durante o mês de Março falarei ainda de “Uma Barragem Contra o Pacífico” e de “Hiroshima Meu Amor” (o DVD do filme de Alain Resnais foi recentemente relançado pela Leopardo Filmes). E no dia 4 de Abril, o dia em que Duras faria 100 anos, haverá um post especial, de cariz mais biográfico.

Neste momento estou a acabar de reler “O Amante” (é a 4ª vez que o faço) e a cada nova leitura confirma-se a relação especial que me une a este pequeno livro, que em pouco mais de 120 páginas consegue revelar mais que muitos romances em 500 ou 600 páginas. A minha primeira vez com “O Amante” nem sequer foi com o livro, mas sim com o filme, que vi algures aos 16 anos e que me impressionou por uma indelével marca de melancolia que submergia todos os momentos, mesmo os que pareciam vergar-se perante a êxtase sexual. O fascínio pelo filme, converteu-se numa devoção ao livro, que se firmou nas primeiras linhas.


Duras. Duras viveu muito. Uma vida que implorava por ser escrita, por ser imortalizada na beleza onírica das palavras. Uma vida marcada por uma história, uma história que deu um livro. Cá vos espero amanhã!

4 comentários:

  1. Pois... um bom momento para eu descobrir Marguerite Duras

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  2. Também comecei por ver o filme no entanto ainda não passei à 2ª fase e o livro está na estante à espera de ser lido. Sem dúvida que este post é um forte incentivo para que o livro, em breve, salte da estante ;)
    Tânia

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    1. Tânia, poucos livros seriam por mim recomendados com tanto fervor.

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