Poe parece empenhado em converter todos os seus escritos em pequenas
dissertações que servem para pouco mais do que expor as suas capacidades retóricas.
Desta vez é o hipnotismo o tema em análise, procurando convencer-nos inicialmente da sua capacidade para conduzir o indivíduo a um estado
elevado de consciência, no qual se acede a uma espécie de verdade suprema.
Estando o Sr. Vankirk moribundo, o narrador da história é
chamado a submete-lo a uma sessão de hipnotismo, prática que parece aliviá-lo.
Aproveitando a visão clarificadora que essa condição supostamente proporciona,
o Sr. Vankirk discorre sobre a existência de Deus com uma certeza directamente
proporcional ao ridículo da sua tese de que Deus é aquilo a que chama matéria
impartível, uma matéria una que tudo atravessa.
No final, e apenas para dar um ar da sua graça, Poe ainda
nos atiça a curiosidade quanto à capacidade de a alma, quando submetida ao
hipnotismo, sobreviver ao corpo. Enfim, não sei o que me espera dos seguintes
contos incluídos em "Todos os Contos" de Edgar Allan Poe, mas espero que a qualidade melhore, caso contrário só mesmo sob
hipnotismo é que conseguirei levar a sua leitura a bom porto.
O conceito de melhorar é relativo, haverá temas diferentes e reincidências, bem como viagens ao fantástico, que o homem era versátil era: Policial, terror, ficção científica e fantástico. Contudo decorrido século e meio soa desatualizado em muitos aspetos. Houve alguns contos que gostei de como começaram, outros de como acabaram, mas poucos me satisfizeram plenamente
ResponderEliminarAcho que vamos ter experiência parecidas. Mas ainda tenho uma pontinha de esperança.
EliminarHá uns anos li alguns contos de Poe, mas confesso que também fiquei desmotivada e acabei por abandonar o livro. É óbvio que escreveu alguns contos muito bons que hoje são conhecidíssimos, mas também tem textos com tanta divagação (nem sempre apaixonante) que não fico particularmente empolgada com a leitura.
ResponderEliminarE logo por azar muitos destes contos iniciais estão nessa categoria da "divagação", que também não faz o meu género. Mas como ainda me faltam muitos dos mais famosos, tenho esperança que tudo vá melhorar.
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